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PIÁ 6

A criança de 5 anos já percorreu uma longa distância em relação ao seu desenvolvimento infantil. As suas capacidades, dons, qualidades e a sua maneira própria de enfrentar as exigências do desenvolvimento- tudo isso já se manifestou em grau significativo. A criança já tem marcada a sua individualidade. A psicologia de uma criança é determinada pela sua consciência emocional e pela sua experiência. Por sua vez, as experiências são determinadas tanto pelos estímulos que ela recebe na escola como pela cultura familiar em que ela vive.

Os anos mais importantes para o desenvolvimento da criança são os seis primeiros. Nesses seis anos se forma a estrutura da personalidade e a base de sua afetividade, em torno da imagem que ela faz de si mesma.

 A criança pede ajuda dos adultos quando sente necessidade dela. Gosta de pequenas responsabilidades e privilégios de que seja capaz de dar conta. Quando a criança sente-se frustrada em relação a seus desejos, ideias e opiniões é capaz de reagir com breves explosões de resistência ou de ressentimento mas cedo recupera a compostura habitual. Gostam de ser ensinadas, não tanto para agradar os mais velhos, como para sentir o prazer do êxito e a provação social. Meninos e meninas aceitam-se perfeitamente uns aos outros, sem fazerem distinções de sexo; mas não sem uma competição hierárquica, como, por exemplo, no decidir, quando brincam de casinha, quem é que deve fazer o papel da mãe e quem o do bebê.

A criança de 5 anos é um grande conversador, já se libertou em grande parte da pronúncia infantil. É capaz de contar uma história e criar diálogos práticos e de uma espécie de monólogo coletivo.

Em relação ao processo de formação da criança como leitora e escritora (processo que não termina nunca) ela demonstrará nesta faixa etária interesse e curiosidade sobre a língua escrita. É importante satisfazer sua curiosidade, questionando-a e informando-a sobre sua função social da linguagem escrita (para que serve), como ela foi sendo construída pelos homens (história da escrita); apresentar a ela as letras (palavras com significado para ela). O importante é que cada criança vá percebendo como foi aprendendo a reconhecer as letras, a agrupá-las para formar palavras, que nem sempre escrevemos as palavras do jeito como as falamos; que se escreve da esquerda para a direita, em sentido horizontal; que uma frase é construída por várias palavras que não estão grupadas umas às outras. Nesse sentido, todo o trabalho anterior, realizado por meio da exploração da oralidade, das atividades de expressão, do jogo simbólico, dos jogos com regras, da motricidade global e fina, da leitura e produção de textos de histórias e literatura infantil, deve ser retomado como referência, de modo que as crianças entendam que esse processo de ler e escrever já começou há bastante tempo e não naquele exato momento em que pegaram o lápis para escrever.

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